Por Que os Maçons São Chamados de "Bodes"?
- Luciano Petricelli
- 30 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 1 de out. de 2024

Dentro da Maçonaria, muitos já ouviram o termo "bode" sendo associado à nossa fraternidade, mas poucos sabem realmente de onde vem essa curiosa alcunha. A lenda remonta ao ano de 1808 e envolve uma intrigante combinação de história, tradição e perseguição política.
Para entender a origem deste apelido, precisamos voltar muito no tempo, especificamente ao início da era cristã. Por volta do século III d.C., vários Apóstolos foram enviados ao mundo para espalhar o cristianismo. Ao chegarem à Palestina, alguns deles se depararam com um costume inusitado entre os judeus locais: era comum ver um homem falando ao ouvido de um bode. Curiosos, os Apóstolos tentaram descobrir o motivo daquele monólogo peculiar, mas não foi fácil obter respostas. A maioria dos habitantes não oferecia explicações, o que só aumentava o mistério.
Foi Paulo, o Apóstolo, quem finalmente obteve uma resposta ao conversar com um Rabino de uma pequena aldeia. O Rabino explicou que aquele ritual era uma forma de expiação de erros. Ao confessar suas falhas ao bode, considerado um confidente mudo e seguro, a pessoa se sentia aliviada, pois sabia que seus segredos seriam mantidos. O bode, incapaz de falar, era visto como o guardião perfeito do silêncio.
Essa prática teria influenciado a criação do confessionário cristão, introduzido pela Igreja cerca de 36 anos depois, garantindo que os pecados dos fiéis pudessem ser ouvidos e mantidos em segredo por um padre, sob voto de silêncio. Embora a história não deixe claro se Paulo levou essa ideia diretamente à Igreja, o fato é que a prática de confessar e aliviar a consciência se espalhou, beneficiando a humanidade.
Agora, avancemos para o ano de 1808, na França de Napoleão Bonaparte. Após o golpe dos 18 Brumários, Bonaparte emergiu como o novo líder político do país, e a Igreja, sempre ávida por consolidar sua influência, rapidamente se aliou a ele. Isso levou à perseguição de instituições que não estivessem diretamente sob o controle do governo ou da Igreja, e a Maçonaria, uma força pensante e independente, foi diretamente afetada. Seus templos foram fechados, suas reuniões proibidas, e seus direitos suspensos.
No entanto, os maçons, movidos por um forte senso de dever e união, continuaram a se reunir clandestinamente, longe dos olhos vigilantes das autoridades. Esses irmãos corajosos, agora na ilegalidade, agiam de forma discreta, como "bodes em segredo", preservando seus encontros e rituais, mesmo sob o risco de represálias.
Essa associação entre os maçons clandestinos e o simbolismo do "bode" como guardião dos segredos acabou se enraizando na cultura maçônica, tornando-se um apelido popular. O "bode", assim, passou a representar a capacidade dos maçons de manter suas reuniões e discussões sigilosas, mesmo em tempos de adversidade.
Hoje, o termo "bode" é usado de forma afetuosa e até bem-humorada dentro da Maçonaria, mas sua origem carrega uma forte carga simbólica de resistência, fraternidade e a importância do segredo. O "bode" nos lembra de como os maçons, ao longo da história, se mantiveram firmes em seus princípios, mesmo quando enfrentaram grandes desafios.
Curiosidades como essa mostram que a Maçonaria, além de seus ensinamentos profundos e filosóficos, também é rica em lendas e tradições que nos conectam a um passado de coragem e dedicação. Cada símbolo e cada história têm um significado que reforça os valores que cultivamos até os dias de hoje.
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Petricelli MஃIஃ
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