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A Loja fundada dentro de um Campo de Concentração Nazista

Atualizado: 1 de out. de 2024


Escultura à Loja Liberté Chère

Memorial à Loja "Liberté Chère"


Até mesmo nos terríveis campos de concentração nazistas, durante a II Guerra Mundial, a liberdade manteve-se como ideal e objetivo para manter a esperança de sobrevivência.

A Loja "Liberté Chère"

"Liberté Chére" foi uma das poucas Lojas Maçônicas fundadas dentro de um campo de concentração nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.

A Loja

Em de 15 de novembro de 1943,  sete Maçons, belgas e lutadores da resistência, fundaram a Loja Maçônica "Liberté Chère" (francês: “Cara Liberdade"), dentro do Campo de Concentração Nazista 6 Hut Emslandlager VII, localizado na cidade de Esterwegen, Alemanha. O nome da Loja foi derivada de La Marseillaise.

Abaixo fotos do Campo de Concentração e a localização da cidade no mapa.   

Barracos no Campo de Concentração

Portão do Campo de Concentração

Localização do Campo de Concentração no norte da Alemanha

Criação da Loja "Liberté Chère", no Campo de Concentração nazista de Esterwegen.

Brasão da Loja"Liberté Chère"

A Loja Maçônica "Liberté Chère" foi criada dentro do barraco nº 6, do Campo de Concentração de Esterwegen, em 1943. Os Maçons eram enviados aos Campos de Concentração, como prisioneiros políticos e forçados a usar um “Triangulo Vermelho Invertido”. Motivo pelo qual ele aparece no Brasão da Loja. Franz Bridoux foi prisioneiro em Esterwegen, onde conheceu os Maçons e a Loja por eles fundada e conduziu, mais tarde, pesquisas para contar a historia da sua fundação.

Chegada ao acampamento de Esterwegen

O primeiro comboio de presos políticos NN (Nacht und Nebel), em Esterwegen, chegou na sexta-feira, 21 de maio de 1943; o segundo, em 28 de maio de 1943. Entre os primeiros chegaram: · Franz Rochat (1908-1945) - Farmacêutico, contribuidor do jornal clandestino "La Voix des Belges". Iniciou na Loja Maçônica "Les Amis Philanthropes" n° 3, em Bruxelas. · Jean Sugg (1897-1945) - Representante comercial de produtos farmacêuticos, membro da resistência e membro da Loja "Les Amis Philanthropes" n° 3. · Guy Hannecart (1903-1945) - Advogado, dirigente do jornal "Voix des Belges" e membro da Loja "Les Amis Philanthropes" n° 3. · Paul Hanson (1889 - 1944) - Juiz de Paz, no cantão de Louveigné, pertencente ao serviço de informação e membro da Loja “Hiram à l'Orient de Liège". · Fernand Erauw (1914) - Diretor no Ministério do Exército e Tenente do Serviço Secreto Belga. Ele será iniciado, posteriormente, na Loja “Liberté Chère”.

Todos os cinco estão no barraco 6 e se reúnem na mesma mesa (três), com outros prisioneiros.

A vida no Barraco 6

No barraco haviam militares, funcionários públicos, médicos, advogados, jornalistas, padres, professores, estudantes, comerciantes, trabalhadores e aristocratas.  Os grupos, que se formaram, eram por adesão, devido a afinidades linguísticas e participação em organizações de resistência. Traziam sacerdotes católicos, à noite, para orações coletiva em voz alta. 


Ocupação habitual à mesa1, no Barraco 6

Criação da Loja

Reunidos no barraco 6, depois de maio de 1943, quatro Mestres Maçons (F. Rochat, J. Sugg, G. Hanson e P. Hannecart), rapidamente, reuniram-se no local assinalado como Tabela 3 (Mesa 3) e começam a organizar a Loja.

1À mesa ocorriam as Sessões Maçônica, com redação de Balaustres e discussões maçônicas. Os Sacerdotes Católicos davam cobertura às sessões. A Tabela 1 (Mesa 1), local onde ficava o Chefe de barracão: Ephrem Van den Eede, prefeito socialista de Ronse. Na Tabela 2,    local onde ficava o Dr. Joseph Degueldre,    rodeado pelo seu grupo (7 e 4 não-católicos), mais dois membros da RNJ, Maurice e Roger Debusyt Orcher. Na Tabela 3, local onde ficavam vários Maçons. Presentes: L. Somerhausen, P. Hanson, G. Hannecar, F. Rochat, J. Sugg e A. Miclotte. Também estão presentes membros da RNJ: S. Goldberg, F. Lecoq, J. Lagneau, A. Verneirt, A. Steux e J. Berman No Barraco 6, os fiéis eram muito mais numerosos e, domingo pela manhã, se reuniam, na parte inferior do dormitório, para a missa. Os Maçons também se beneficiavam do encontro e, enquanto as pessoas estavam na missa, um das mesas era esvaziada de seus ocupantes e, com armários, separada dos demais. Então, relativamente isolados, os Maçons podiam fazer suas sessões, ainda como um Circulo Fraternal. Porém, em breve, com a chegada de novos Irmãos, o Circulo Fraternal se transformaria na Loja Maçônica "Liberté Chère", no Barraco 6.


Ocupação das mesas, durante o domingo pela manhã, na missa. Local assinala aonde nossos Irmãos se reuniam

As chegadas se sucediam

Em meados de outubro de 1943, chegavam à Esterwegen: · Luc Somerhausen (1903-1982) - Jornalista, iniciado na Loja "Action et Solidarité". Como ele era bastante experiente e sabia como fazer para criar a futura Loja “Liberté Chère”, então escreveu os Estatutos. Em comunicado, ele obtém o reconhecimento oficial pelo Grande Oriente da Bélgica como "Liberté Chère". · Joseph Degueldre (1904-1981) - Médico, membro da Loja "Travail", em Verviers e membro do Exército Secreto. Ele está sentado à mesa 2, com um grupo de combatentes da resistência de sua região, mas participa das sessões, no domingo pela manhã. • Amédée Miclotte (1902 -1945) - Professor, membro da Loja "Verdadeiros Amigos da União e Progresso". Ele chegou em Esterwegen, em 22 de novembro de 1943. Este é o 7º, que permite a criação da Loja e o seu reconhecimento, na segunda metade de novembro de 1944. Dois a três meses mais tarde, bem depois da Loja ter sido criada, chegaram, ao Campo de Concentração, dois outros Maçons:

• Em 7 de fevereiro de 1944, Jean Baptiste de Schryver (1903-1945), Coronel, um membro da Loja "Liberté" de Gand, Bélgica; e • Em 18 de março de 1944, Henry Story (1897-1944), diretor de banco e membro da Loja "Septentrion", também de Gand. Fernand Erauw (1914-1997), Diretor-Auditor no Tribunal de Conta, será Iniciado na Loja "Liberté Chère", no Campo de Concentração de Esterwegen. Assim, os membros fundadores foram: Rochat, Sugg, Hannecart, Hanson, Somerhausen, Degueldre e Miclotte. De Schrijver e Story chegaram bem depois da fundação da Loja e não serão considerados membros fundadores, mas apenas membros. A Loja “Liberdade Chère”, criada no Campo de Concentração de Esterwegen, em 1943, permanecerá sempre na memória de todos os Maçons. Paul Hanson foi eleito Venerável Mestre. Os Irmãos se reuniam no Barraco 6, em torno de uma mesa. Um padre católico fazia pregações aos outros fiéis do Barraco, para que os Irmãos pudessem realizar suas reuniões e seu sigilo protegido. Luc Somerhausen descreveu a iniciação de Erauw como uma cerimônia muito simples. Nas sessões eram praticados rituais bastante simplificados (a cujo sigilo eles pediram à comunidade de padres católicos que iam ao Campo de Concentração).  Após a primeira sessão ritualística, com a admissão do novo Irmão, outras sessões foram preparadas tematicamente. Uma delas foi dedicado ao símbolo do Grande Arquiteto do Universo, outra ao "O futuro da Bélgica", e mais uma sobre "A posição das mulheres na Maçonaria". Apenas Somerhausen e Erauw sobreviveram.        A Loja encerrou seus trabalhos no início de 1944.

O Memorial

    Um monumento, criado pelo arquiteto Jean de Salle, foi levantada pelos belgas e alemães Maçons, no sábado, dia 13 de novembro de 2004. Ele agora faz parte do monumento, do Cemitério de Esterwegen.


"Os Sete Maçons"

Dedicado à todos os Irmãos da Loja “Liberté Chère”, fundada dentro de um Campo de Concentração Nazista: · Paul Hanson, · Luc Somerhausen, · Jean De Schrijver, · Jean Sugg, · Henri Story, · Amédée Miclotte, · Franz Rochat, · Guy Hannecart e · Fernand Erauw




Petricelli MஃIஃ

1 Comment


Unknown member
Feb 08, 2019

excelente peça de arquitetura.

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